sábado, 20 de novembro de 2010

Presidente dos EUA: Serviços Sociais Podem ser Prestados em Instalações Religiosas

O presidente Obama assinou uma ordem executiva quarta-feira que fez alguns esclarecimentos sobre a parceria entre o governo e organizações baseadas na fé.

Em uma ordem executiva, o presidente disse que o governo é obrigado a fornecer beneficiários de programas de serviços sociais financiados pelo governo federal para prestadores alternativos se eles se opõem àqueles fornecidos pelas organizações religiosas, publicar uma lista on-line de entidades que recebem assistência financeira federal para os programas de serviço social, e acompanhar e fazer cumprir as normas sobre a relação entre religião e governo, para evitar complicação excessiva.

Talvez a parte mais interessante da ordem, no entanto, é a aprovação que permite que as organizações religiosas que recebem dinheiro federal prestem serviços sociais em suas instalações sem necessidade de remover a arte religiosa, ícones e escritura. As organizações também podem reter termos religiosos em seu nome e escolher os membros do conselho com base na religião.

Embora essa ordem não aborde a questão controversa das exigências religiosas na contratação, ele faz esclarecer que os membros do conselho possam ser selecionados numa base religiosa.

Ele também afirmou que as organizações que se beneficiam de assistência financeira federal não podem participar de atividades explicitamente religiosa durante as épocas em prestação de serviços sociais financiados pelo dinheiro dos impostos.

Os esclarecimentos foram baseados em recomendações feitas por um grupo de trabalho do Comitê Assessor do Presidente do Conselho de Parcerias de Vizinhança e Baseadas na Fé.

"Com essa portaria, estamos a reforçar e clarificar o estatuto legal do relacionamento do governo com as organizações baseadas na fé e destacando o importante papel dessas organizações em servir a indivíduos, famílias e comunidades carentes," comentou Joshua DuBois, diretor executivo da White House Office of Faith-Based e Neighborhood Partnerships, em um comunicado.

A ordem não faz grandes alterações sobre as qualificações para o financiamento, mas esclarece dúvidas sobre o que se espera do governo e de grupos religiosos, uma vez que recebem ajuda financeira.

Os Americanos Unidos pela Separação da Igreja e do Estado, um grupo de vigilância Igreja-Estado, disse que estava "desapontado" com a ordem porque permitiu que os grupos religiosos mostrassem símbolos religiosos e escrituras e evitou uma resposta clara sobre as práticas religiosas de contratação.

"Estou desapontado. Isso deixa muito da iniciativa de George W. Bush, baseada na fé em vigor," disse o reverendo Barry W. Lynn, diretor executivo da Americanos Unidos, em um comunicado. "Estou particularmente frustrado que o presidente Barack Obama ainda não fez nada para banir preconceitos contratação por caridade religiosa com financiamento público."

"Esse é o gorila de 800 libras no quarto. A nenhum americano deve ser negado um trabalho financiado pelo governo porque ele ou ela detém ponto de vista ‘errado’ sobre a religião."

Durante sua campanha presidencial, Obama disse que vai revogar a política criada no governo do ex-presidente George W. Bush que permite grupos religiosos que recebem financiamento federal considerem a religião de um candidato ao contratar. Grupos cristãos ficaram aliviados ao descobrir que, como presidente, Obama manteve a política intacta. Obama decidiu que o Departamento de Justiça lide com queixas caso por caso.

Fonte: The Christian Post

domingo, 14 de novembro de 2010

Manuscritos do Mar Morto descobertos por pastores de cabra

A coleção de 972 documentos é um dos grandes achados arqueológicos do século 20. Eles foram descobertos ao sul de Jerusalém em 1964, ao fundo de uma caverna às margens do Mar Morto e possuem mais de dois mil anos

Ao todos, são mais de 30 mil fragmentos que contém as cópias mais antigas da Bíblia Hebraica, além de outras passagens de importância histórica e religiosa. Devido á sua fragilidade, eles são mantidos em ambientes com luz e temperatura controladas. Um pesquisador que queira ter acesso a eles só pode removê-los por algumas horas, para evitar a deterioração do material.

O objetivo da Israel Antiquities Authority é justamente tornar mais acessível esse conteúdo. Para isso, lançará Biblioteca Digital Leon Levy dos Manuscritos do Mar Morto, um projeto de custo estimado em US$3,5 milhões e que teve início há três anos.

Desde 2008, a IAA vem estudando a melhor maneira de digitalizar essas imagens em alta resolução. O método escolhido foi desenvolvido pela NASA e permite uma qualidade igual à visualização real – ou melhor: graças à luz infravermelha utilizada, será possível visualizar também coisas que já foram apagadas pelo tempo.

O equipamento deve ser instalado no início do ano que vem e, assim que as imagens começarem a ficar prontas, entra em cena a equipe do Google. Sua missão é não só colocar as imagens online, mas traduzir os textos originais em Hebraico, Aramaico e Grego para o Inglês. Além disso, a biblioteca contará com um mecanismo avançado de buscas. O melhor: todas as imagens estarão disponíveis de graça.

fonte: ifor abril

Stephen Hawking “não é preciso um Deus para criar o Universo”

Em seu mais recente livro, “The Grand Design” (O Grande Projeto, em tradução livre), o cientista britânico Stephen Hawking, afirma que “não é preciso um Deus para criar o Universo”, pois o Big Bang seria “uma consequência” de leis da Física.

Não é preciso um Deus para criar o Universo diz Hawking famoso ateu britânico 250x232 Não é preciso um Deus para criar o Universo, diz Hawking famoso ateu britânico

“O fato de que nosso Universo pareça milagrosamente ajustado em suas leis físicas, para que possa haver vida, não seria uma demonstração conclusiva de que foi criado por Deus com a intenção de que a vida exista, mas um resultado do acaso”, explicou um dos tradutores da obra, o professor de Física da Matéria Condensada David Jou, da Universidade Autônoma de Barcelona.

Há 22 anos, em seu livro “Uma Nova História do Tempo”, Hawking via na racionalidade das leis cósmicas uma “mente de Deus”. O cientista inglês acredita agora que as próprias leis físicas produzem universos sem necessidade de que um Deus exterior a elas “ateie fogo” às equações e faça com que suas soluções matemáticas adquiram existência material.

Assim, aquela “mente que regia nosso mundo” se perde na distância dessa multiplicidade cósmica, segundo o tradutor.

Hawking admite a existência das equações como fundamento da realidade, mas despreza se perguntar se tais equações poderiam ser obras de um Deus que as superasse e que transcendesse todos os universos.

fonte: Estadão

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Igreja está decepcionada ou cansada

A Igreja Evangélica brasileira está cansada. E é um cansaço que vem provocando mudanças fortes de paradigmas com relação aos modelos eclesiásticos tradicionais. Ele afeta milhões de pessoas que se cansaram de promessas que não se cumprem, práticas bizarras impostas de cima para baixo, estruturas hierárquicas que julgam imperfeitas ou do mau exemplo e do desamor de líderes ou outros membros de suas congregações. Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados.

No cerne desse fenômeno está um sentimento-chave: decepção. Em geral, aqueles que abandonam os formatos tradicionais ou que se exilam da convivência eclesiástica tomam tal decisão movidos por um sentimento de decepção com algo ou alguém. Muitos se protegem atrás da segurança dos computadores, em relacionamentos virtuais com sacerdotes, conselheiros ou simples irmãos na fé que se tornam companheiros de jornada. Há ainda os que se decepcionam com o modelo institucional e o abandonam não por razões pessoais, mas ideológicas. Outros fogem de estruturas hierárquicas que promovam a submissão a autoridades e buscam relações descentralizadas, realizando cultos em casa ou em espaços alternativos.

A percepção de que as decepções estão no coração do problema levou o professor e pastor Paulo Romeiro a escrever Decepcionados com a graça (Mundo Cristão), livro onde avalia algumas causas desse êxodo. Embora tenha usado como objeto de estudo uma denominação específica – a Igreja Internacional da Graça de Deus –, a avaliação abrange um momento delicado de todo o segmento evangélico. Para ele, o epicentro está na forma de agir das igrejas, sobretudo as neopentecostais. “A linguagem dessas igrejas é dirigida pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta. Por isso, muitas estão regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente”. Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”. Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.”

Se a mentalidade de clientela provocou um efeito colateral severo, a ética de mercado faz com que os fiéis passem a rejeitar vínculos fortes com uma única igreja local, como aponta tese acadêmica elaborada por Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações.

Para Bitun, a origem desse comportamento é a falta de um compromisso mútuo, tanto do fiel para com a denominação e seus credos quanto dessa denominação para com o fiel. O descompromisso nas relações, um traço de nosso tempo, impede que raízes de compromisso – não só com a igreja, mas também em relação a Deus – sejam firmadas. “Enquanto está numa determinada igreja, o indivíduo atua intensamente; porém, não tendo mais nada que lhes interesse ali, rapidamente se desloca para outra, sem qualquer constrangimento, em busca de uma nova aventura da fé”, constata.

Modelo desgastado – O desprestígio do modelo tradicional de igreja, aquele onde há uma liderança com legitimidade espiritual perante os membros, numa relação hierárquica, já não satisfaz uma parcela cada vez maior de crentes. “As decepções ocorrem tanto por causa de líderes quanto de outros crentes”, aponta o pastor Valdemar Figueiredo Filho, da Igreja Batista Central em Niterói (RJ). Para ele, um fator-chave que provoca a multiplicação dos desigrejados é a frustração em relação a práticas e doutrinas. “Nesses casos, geralmentequem se decepciona é quem se envolve muito, quem participa ativamente da vida em igreja”. Com formação sociológica, o religioso diz que o fenômeno não se restringe à esfera religiosa, já que todo tipo de tradição tem sido questionada pela sociedade. “Há uma tendência ampla de se confrontar as instituições de modo geral”, diz Valdemar, que é autor do livro Liturgia da espiritualidade popular evangélica(Publit).

O jovem Pércio Faria Rios, de 18 anos, parece sintetizar esse tipo de sentimento em sua fala. Criado numa igreja tradicional – ele é descendente de uma linhagem de crentes batistas –, Pércio hoje só freqüenta cultos esporadicamente. “Sinto-me muito melhor do lado de fora”, admite. “Estou cansado da igreja e da religião”. A exemplo da maioria das pessoas que pensam como ele, o rapaz não abriu mão da fé em Jesus – apenas não quer estar ligado ao que chama de “igreja com i minúsculo”, a institucional, que considera morta. “Reconheço o senhorio de Cristo sobre a minha vida e sou dependente da sua graça”, afirma. E qual seria a Igreja com imaiúsculo, em sua opinião? “O Corpo de Cristo, que continua viva, e bem viva, no coração de cada cristão.”

Boa parte dos desigrejados encontra no território livre da internet o espaço ideal para exposição de seus pontos de vista. É o caso de uma mulher de 42 anos que vive em Cotia (SP) e assina suas mensagens e posts com o inusitado pseudônimo de Loba Muito Cruel. À reportagem de CRISTIANISMO HOJE, ela garante que é uma ovelha de Jesus, mas conta que durante muito tempo foi incompreendida e rejeitada pela igreja. “Desde os nove anos, estive dentro de uma denominação cheia de dogmas e regras rígidas, acusadora e extremamente castradora”. Na juventude, afastou-se do Evangelho, mas o pior, diz ela, veio depois. “Retornei ao convívio dos irmãos tatuada e cheia de vícios, e ao invés de ser acolhida, não senti receptividade alguma por parte da igreja, o que acabou me afastando mais ainda dela. Percebi o quanto os crentes discriminam as pessoas”, queixa-se.

Loba conta que, a partir dali, começou uma peregrinação por várias igrejas. Não sentiu-se bem em nenhuma. “Percebi que nenhum dos líderes vivia o que pregava. Isso foi um balde de água fria na minha fé”, relata. Hoje, ela prefere uma expressão de fé mais informal, e considera possível tanto a vida cristã como o engajamento no Reino de Deus fora da igreja – “Desde que haja comunhão com outros irmãos de fé, que se reúnam em oração e para compartilhar a Palavra, evangelizar e atuar na comunidade”, enumera.

Igreja virtual – Gente comoPércio e Loba compartilham algo em comum, além da busca por uma espiritualidade em moldes heterodoxos: são ativos no ambiente virtual, seja por meio de blogs ou através de ferramentas como o twitter e outras redes sociais. É cada vez maior a afluência de pessoas das mais diversas origens denominacionais à internet, em busca de comunhão, instrução e edificação. O pastor Leonardo Gonçalves lidera a Iglesia Bautista Misionera em Piura, no Peru. Mestre em teologia, edita o blogPúlpito cristão. “Quando comecei esse trabalho, passei a conhecer muitas pessoas que estavam insatisfeitas com os rumos que o evangelicalismo brasileiro estava tomando”, revela. “Neste processo, alguns começaram a ver o blog como uma alternativa à Igreja, ou até mesmo como uma igreja virtual”. Leonardo lida com esse tipo de público diariamente no blog. “Geralmente, são pessoas extremamente ressentidas. Consideram-se vítimas de líderes abusivos e autoritários e relatam que tiveram sua autonomia violada e a identidade quase banida em nome de uma mentalidade de rebanho que não refletia os ideais de Cristo.”

Outro que considera natural essa migração em busca de uma comunhão cristã que prescinde da igreja tradicional é o marqueteiro e teólogo presbiteriano Danilo Fernandes, editor do blog e da newsletter Genizah Virtual. Voltado à apologética, seu trabalho tem causado polêmicas e enfrentado resistências, inclusive de líderes eclesiásticos. “Pessoas cansadas de suas igrejas estão buscando pregadores com boas palavras, o que as leva à internet”. Para ele, buscar comunhão virtual em chats e outras mídias sociais é uma tendência. “A massa está desconfiada por traumas do passado; é gente machucada, marcada, ferida, gente que viu seus ídolos caírem”, conclui. Ele mesmo tem atendido diversas pessoas que o procuram para desabafar ou pedir conselhos.

Um resultado dessa busca por comunhão no ambiente virtual é o surgimento de grupos como o Clube das Mulheres Autênticas (CMA). Nascido de uma brincadeira entre mulheres cristãs que se conhecem apenas virtualmente, o grupo tem como lema “Liberdade de ser quem realmente se é”. A bacharel em direito Roberta Oliveira Lima, de 31 anos, é uma das integrantes. Ex-membro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), ela afastou-se de muitas das práticas ensinadas no modelo congregacional e se diz em busca de uma igreja “sem excessos”. Ela se define como “uma pessoa desigrejada, mas não desviada dos princípios do Evangelho”. Segundo Roberta, o CMA supre carências que a igreja local já não preenchia mais. “Nosso espaço tem sido um local de refúgio, acolhimento e alegrias”, relata.

Ela garante que, até o momento, o grupo não sentiu falta de uma figura sacerdotal. “Aquilo que nos propomos a buscar não requer tal figura”, alega. “Pelo contrário, temos entre nós alguns feridos da religião e abusados por figuras sacerdotais clássicas. O nosso objetivo maior é compartilhar a vida e o Evangelho que permeia todos os centímetros de nossa existência”, descreve, ressaltando que, para isso, não é necessário adotar uma postura proselitista. “Mas nosso objetivo jamais será o de substituir a igreja local”, enfatiza.

“Galho seco” – “Falta de acolhimento pela comunidade, o desgaste provocado pelo estilo centralizador e carismático de liderança e frustração com as ênfases doutrinárias contribuem para esse fenômeno”, concorda o pastor Alderi Matos, professor de teologia histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Mas ele destaca outro fator que empurra as pessoas pela porta de saída dos templos: “É quando uma igreja e seus líderes se envolvem em escândalos morais e outros”.

A paraibana C., de 37 anos, é um exemplo de gente que fez esse penoso percurso. Ela relata uma história de abusos e falta de princípios bíblicos na congregação presbiteriana de que foi membro por mais de quinze anos, culminando com um caso de violência doméstica de que foi vítima – sendo que o agressor, seu marido, era pastor. “Havia perdido completamente a alegria de viver, ao me deparar com uma realidade bem distante daquela que o Evangelho propõe como projeto para a vida”. C. fala que conviveu em um ambiente religioso adoecido pela ausência do amor de Cristo entre as pessoas: “Contendas sem fim, maledicência impiedosa e muitos litígios entre pessoas que se diziam irmãs”.

Este ano, C. pediu o divórcio do marido e tem frequentado um grupo alternativo de cristãos. “Rompi com a religião. Hoje, liberta disso, tudo o que eu desejo é Jesus, é viver em leveza e simplicidade a alegria das boas novas do Evangelho”. Ela explica que, nesse grupo, encontrou pessoas que vivenciaram experiências igualmente traumáticas com a religião e chegaram com muitas dores de alma, precisando ser acolhidas e amadas. “Temos nos ajudado e temos sido restaurados pouco a pouco. No âmbito do grupo, um ambiente de confiança foi formado, de modo que compartilhar é algo que acontece naturalmente e com segurança.”

“As pessoas anseiam por ver integridade na liderança. Quando o discurso não casa com a prática, o indivíduo reconhece a hipocrisia e se afasta”, avalia o bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV), Walter McAlister. Para ele, se os modelos falidos de igrejas que não buscam o senso de comunhão e discipulado – como os que denuncia em seu livro O fim de uma era (Anno Domini) não mudarem, o êxodo dos decepcionados vai aumentar. Apesar de compreender os motivos que levam as pessoas a abandonarem a experiência congregacional, o bispo é enfático: “Nossa identidade cristã depende da coletividade e, portanto, de um compromisso com uma família de fé. Sem isso, a pessoa não cresce nas virtudes cristãs e deixa de viver verdadeiramente a sua fé. Como um galho solto, seca e morre”.

“O fenômeno dos desigrejados é péssimo. Somos um corpo, nunca vi orelhas andando sozinhas por ai”, diz Paulo Romeiro. O pastor Alderi, que também é historiador, recorre à tradição cristã para defender a importância da igreja na vida cristã. “Da maneira como a fé cristã é descrita no Novo Testamento, ela apresenta uma feição essencialmente coletiva, comunitária. A lealdade denominacional é importante para os indivíduos e para as igrejas. Quem não tem laços firmes com um grupo de irmãos provavelmente também terá a mesma dificuldade em relação a Deus”, sentencia.

Sinais do Reino – Dentro dessa linha de pensamento, é possível até mesmo encontrar quem fez uma jornada às avessas, ou seja, da informalidade religiosa para o pertencimento denominacional. Responsável pelo blog Lion of Zion, Marco Antonio da Silva, de 31 anos, é membro da Comunidade da Aliança, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, em Recife (PE). Ele afirma que redescobriu sua fé na igreja institucional. “Para alguns militantes virtuais mais radicais, isso seria uma heresia, mas tenho uma família com necessidades que uma igreja local pode suprir – e a congregação da qual faço parte supre essa lacuna muito bem”, afirma.

“Existe desgaste, autoritarismo e inoperância em todos os lugares onde o homem está”, reconhece o pastor e missionário Nelson Bomilcar. Ele prepara um livro sobre o tema, baseado nas próprias observações do segmento evangélico a partir de suas andanças pelo país. “Podemos ficar cansados e desencorajados, mas temos que perseverar e continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou”. Como músico e integrante do Instituto Ser Adorador, Bomilcar constantemente percorre congregações das mais variadas confissões denominacionais – além de ser ligado a seis igrejas locais, ele congrega na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “Continuo acreditando na Igreja do Senhor. Estou na Igreja porque fui colocado nela pelo Espírito Santo. É possível viver o Evangelho na comunidade, apesar de todas as suas ambiguidades, para balizarmos aqui e ali sinais do Reino de Deus. Tenho sido testemunha disso”.

fonte: cristianismo hoje/Por Mauricio Zágari

Pelo Guinness Book como a maior igreja evangélica do planeta, a Yoido Full Gospel

Cerca de 800 mil membros, mais de 500 pastores e nada menos que oito cultos por domingo, traduzidos para oito idiomas e veiculados ao vivo pela internet. Os números grandiosos são a principal característica da Yoido Full Gospel Church (Igreja do Evangelho Pleno de Yoido), na Coréia do Sul. Agora em maio, a megacongregação completa 50 anos e consolida o modelo de células, que ajudou a disseminar como uma das soluções para o cristianismo contemporâneo. Não poderia mesmo ser diferente – com um rebanho tão grande, só mesmo em pequenos grupos é possível manter um mínimo de acompanhamento a seus fiéis. Reconhecida pelo Guinness Book como a maior igreja evangélica do planeta, a Yoido Full Gospel está na base de um dos movimentos mais expressivos do protestantismo contemporâneo.

A história da igreja se mistura com a de seu fundador, o célebre pastor David Yonggi Cho. Ministro ligado à Assembléia de Deus, ele criou um método de oração influenciado pela filosofia budista e técnicas de yoga, que se constitui numa espécie de pensamento positivo espiritual. Partindo do princípio de que o cristão tem a capacidade de trazer tudo à existência pela fé, Cho escreveu o best-seller A quarta dimensão, livro que provocou uma revolução na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo – e também bastante controvérsia. Polêmica, aliás, é o que não falta na trajetória do líder sul-coreano. Há cerca de 15 anos, ele causou estranheza ao revelar que estava trocando seu nome de batismo, Paul, por David. Tal mudança aconteceu devido a uma visão em que, após ter se encontrado com sua falecida mulher e figuras bíblicas como Abraão e Davi, Cho teria sido instruído pelo próprio Deus a mudar de nome, numa espécie de “ressurreição” pessoal.

Pequenos grupos – Inaugurada em maio de 1958, a Igreja do Evangelho Pleno funcionou inicialmente numa tenda. Mais tarde transformado em templo, o espaço tem capacidade para abrigar 25 mil pessoas. Desde seus primórdios, a igreja incentiva a formação de pequenos grupos, que se reúnem na própria casa dos crentes. O sistema já alcança 1 milhão de pessoas e está na base do crescimento exponencial da comunidade, que começou no início dos anos 1960, período em que a revolução industrial coreana originou uma nova ordem social baseada no fenômeno da urbanização.

“O modelo criado por Cho é simples, baseado em subdivisão de tarefas”, explica o pastor Robert Lay, presidente do Ministério Igreja em Células, sediado no Paraná. Em março, a entidade reuniu cerca de 1,2 mil pastores no 7º Congresso Anual de Igrejas em Células, na cidade de Águas de Lindóia (SP). “Basicamente, é um sistema de cuidado e administração de tarefas”, descreve Lay. Ligado à Igreja Evangélica Irmãos Menonitas, ele diz que o movimento de células está mais adiantado no Oriente, embora a segunda maior igreja do gênero no mundo é a Elim, de El Salvador, com mais de 120 mil membros, que se divide em 7,8 mil grupos. “As células nos levam de volta à Igreja do Novo Testamento”, continua o pastor. “Neste modelo, coabitam ao mesmo tempo noção da grande congregação, que se reúne nos templos aos domingos, e a pequenina comunidade nos lares. Tanto uma quanto a outra são a mesma Igreja do Senhor.”

fonte: cristianismo hoje

Mulheres ganham força nos púlpitos de Igrejas e são 60% dos crentes brasileiros

Desde os tempos em que cabia às mulheres a exclusiva tarefa de ficar em casa, cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos, elas são maioria nas igrejas. Basta visitar um culto para se ter a impressão de que as mulheres são muito mais numerosas que os homens nas igrejas. Mas só há relativamente pouco tempo têm tido acesso ao local de mais destaque no templo: o púlpito. Ultimamente, o ministério feminino tem ganhado força, num mundo onde cada vez mais as mulheres se destacam. Em mais e mais igrejas evangélicas – tradicionais, pentecostais ou neopentecostais –, a figura das pastoras, diaconisas, presbíteras e até bispas já se tornou rotineira, situação bem diferente do que ocorria no passado, quando ao gênero feminino eram reservados cargos de menor visibilidade, como cuidar de crianças ou lecionar na Escola Dominical. A Igreja Evangélica brasileira chega à segunda década do século 21 com uma face mais feminina do que nunca.

Segundo as estatísticas da organização Servindo Pastores e Líderes (Sepal), quase 60% dos crentes brasileiros são mulheres. E, embora ninguém goste de assumir qualquer discriminação, é fato notório que a membresia feminina demorou bastante para sair das posições eclesiásticas periféricas e conseguir ascender à liderança. Mas que fique claro que não foi uma transformação consciente, planejada – como acontece com a maioria das mudanças de natureza social, a revolução feminina evangélica é parte de um todo. “A Igreja passou a responder às necessidades da sociedade e essa mudança de paradigma se deu na medida em que a sociedade abriu-se para a liderança feminina nas mais diversas áreas”, diz o missionário Luis André Bruneto, coordenador de pesquisas da organização Servindo Pastores e Líderes (Sepal).

O pesquisador situa tal metamorfose num passado recente. “Essa abertura à mulher ocorre nas décadas de 1970 e 80, e vai se refletir na Igreja principalmente nos anos 90, exatamente a época em que a Igreja brasileira mais se pulverizou e cresceu”, aponta. O surgimento de milhares de novas congregações evangélicas, fenômeno religioso contemporâneo no país, é uma explicação. “Isso se deu devido à necessidade de líderes que a própria Igreja possui”, acrescenta Bruneto. E as mulheres foram naturalmente pondo a mão no arado.

Agora, essa Igreja chega à segunda geração de líderes mulheres perguntando-se o que elas têm de melhor a oferecer. Embora, naturalmente, ainda haja muitas resistências à liderança de saias – e o Novo Testamento, de acordo com a ótica da interpretação, pode tanto legitimar como rejeitar o pastorado feminino –, diversas igrejas já se utilizam do trabalho das obreiras há bastante tempo. Denominações tradicionais como a Metodista e a Luterana adotam tradicionalmente o pastorado feminino, franqueando às mulheres até cargos de direção em suas organizações. Outras, como a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) – esta, de linha avivada –, têm nas suas origens a marcante presença feminina. Foi a canadense Aimee Mcpherson que fundou a organização, em 1923, nos Estados Unidos. Hoje, a Quadrangular está em mais de uma centena de países, inclusive no Brasil, onde é uma das dez maiores denominações evangélicas.

“Essa participação da mulher é ativa, fluente e expressiva”, concorda a coordenadora nacional das Mulheres Quadrangulares, Mara de Barros Flores. “Já está provado que temos a capacidade, o amor e a unção necessários para o crescimento da Igreja”. Ela acredita que as denominações que rejeitam a participação feminina efetiva em cargos de liderança estão perdendo tempo. “A ajuda feminina que é ativa, fluente e expressiva”. Na IEQ, mulheres atuam em todas as funções eclesiásticas, chegando a ocupar 50% do ministério. E não basta ser simplesmente casada com um pastor – a candidata ao púlpito precisa seguir os trâmites estatutários e ter o mesmo estudo e preparo dos colegas de terno. “Além, claro, do chamado, da vocação e da liderança necessárias para estar à frente de uma igreja como pastora titular.”

Sonia do Nascimento Palmeira, presidente da Confederação de Mulheres da Igreja Metodista do Brasil, cita o exemplo de Marta Watts, primeira missionária da denominação a chegar ao Brasil, para destacar a importância do protagonismo feminino na obra de Deus. A obreira, vinculada à Sociedade de Missões Estrangeiras das Mulheres da Igreja Episcopal do Sul nos Estados Unidos veio com a tarefa de educar crianças e moças. No mesmo ano, fundou o Colégio Piracicabano, em Piracicaba (SP), que hoje é conhecido como Centro Cultural Marta Watts. Criou ainda um colégio em Petrópolis (RJ) e outro em Belo Horizonte (MG), colaborando sempre com as mulheres para que tivessem acesso à educação num tempo em que este direito lhes era constantemente negado. A ênfase nestes estabelecimentos era “ministrar uma educação liberal às moças para que seu horizonte intelectual e espiritual se ampliasse, preparando-as para agir com independência”, conforme o lema do Marta Watts.

“Proveito” – Sonia considera lamentável que ainda existam igrejas dominadas apenas por homens. “Vejo isso como um equívoco muito grande, pois a Palavra de Deus ensina exatamente o contrário. Jesus valorizou as mulheres. Elas foram criadas da mesma forma que os homens, com todo o potencial que eles têm também”. Para ela, o direito de exercer papel de destaque é tanto dos homens como das mulheres. “Na nossa Confederação, estamos preocupadas como Marta Watts esteve um dia, em impulsionar as mulheres de hoje a buscarem cada vez mais o seu lugar na Igreja e no mundo”, explica.

Tal lugar, segundo a psicóloga Isabelle Ludovico, deve passar necessariamente por qualidades tipicamente femininas, como a doçura e a afetividade. Em seu novo livro, O resgate do feminino, ela diz que o ambiente competitivo acabou roubando das mulheres aqueles aspectos comportamentais que sempre as diferenciaram dos homens, com consequências na qualidade da vida afetiva e espiritual – e que isso precisa ser revisto. “As mulheres assumem muitas atividades na igreja, e isso é movido por sua paixão pelo Reino de Deus”, diz (veja Entrevista abaixo). “A participação da mulher em posições de liderança trouxe muito proveito para a Igreja”, endossa o pastor Carlos Barcelos, da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo. “Considero importante o olhar feminino, que contribui para a ampliação de percepções dos vários problemas que uma comunidade pode enfrentar”. Defensor do mérito, independentemente do gênero, Barcelos diz que o papel a ser exercido pela mulher na igreja depende de suas capacidades e habilidades. “Toda posição de liderança, seja preenchida por um homem ou mulher, demanda do líder o cultivo de uma vida cheia do Espírito, pois as decisões tomadas afetam a vida de muitas pessoas”, pondera. Por isso mesmo, acrescenta, a mulher não deve deixar de lado suas características para sentir-se aceita. “Quando a mulher pretende agir como homem, está no caminho da falha.”

O pastor sugere um reestudo hermenêutico do texto bíblico de I Timóteo 2.11, que comumente é usado para justificar uma suposta posição secundária da figura feminina no contexto da Igreja. Para ele, a expressão “ficar em silêncio” deve ser entendida num contexto de disputa por autoridade, inclusive sobre o homem. “Toda situação em que o homem se retrai e a mulher entra no espaço deixado por ele costuma trazer problemas sérios”, analisa. Às mulheres com destaque na igreja, Barcelos aconselha, sobretudo, que se submetam àquilo que o Espírito Santo lhes indicar. “Isso não pode ser contrário ao que a Bíblia ensina e nem uma bandeira reivindicando posições. Se determinada Irma tem convicção de um chamado, trabalhe com paciência até que surja a oportunidade de pô-lo em prática”.

Exercício dos dons – Blanche Bruno, pastora de missões e aconselhamento da Igreja Cristã Casa da Rocha, acha que o mais importante é o exercício dos dons para abençoar a congregação. “O Espírito é o mesmo que age em todos, mas Deus criou a mulher com sensibilidades particulares”, diz a obreira. “Nossos mecanismos de percepção são diferentes dos homens, e por isso o papel feminino, tão importante na família e no trabalho, também o é no âmbito da igreja”. Blanche, que juntamente com o marido, José Bruno, eram bispos na Igreja Renascer em Cristo até o ano passado, acredita que a igreja não funciona por causa dos cargos que as pessoas nela ocupam, mas pelo cumprimento do chamado de seus membros. “Quando isso acontece, cada um está no seu devido lugar, seja homem, seja mulher”.

A jovem Alyne Romeiro, assistente pedagógica e membro da Igreja Cristã da Trindade, avalia como seria uma igreja sem a participação de mulheres na liderança. Ela atua no ministério de louvor e organiza eventos para os jovens em sua igreja e acredita que Deus chama a cada um individualmente, independente do sexo. “Uma igreja sem mulheres à frente, seria uma igreja de poucas atividades, criatividade e talvez alguns detalhes passariam despercebidos. “Deus nos fez criativas, mais emocionais, preocupadas com detalhes, mais ouvintes, temos maior facilidade em abrir mão de nossas coisas.” Alyne não consegue se imaginar sentada, sem fazer nada. Não só pelo fato de ser filha de pastor, mas sim pelo fato de ser cristã. “É como se eu fosse devedora. Se quero que todos sejam alcançados por essa graça, preciso trabalhar para isso e trabalho por amor e gratidão ao Senhor”, declara.

A valorização que Cristo fez da figura feminina é lembrada por Lia Casanova, ligada ao Ministério Desperta Débora, como principal endosso a uma participação cada vez mais ativa da mulher na obra de Deus. . “Tenho firme convicção de que Deus nunca se agradou da forma como a mulher passou a ser tratada ao longo da história, por isso Jesus se deu ao trabalho constante de mostrar aos homens como devemos ser consideradas”, advoga. Ligada a um movimento nacional de oração integrado exclusivamente por mulheres, ela lembra o exemplo de grandes mulheres de fé na Bíblia, como Maria, a mãe de Jesus, e Madalena, que não negou seu Mestre nem nos momentos de maior perigo. “Nós somos feitas por Deus e devemos nos colocar nas suas mãos para que possa nos usar para seu serviço e sua glória quando, onde e como quiser.”

Fonte: Cristianismo hoje

A Bíblia mais antiga escrita no idioma alemão no Brasil, preservada há 300 anos

A Bíblia mais antiga escrita no idioma alemão no Brasil é bem mais do que um livro passado de geração em geração há quase 300 anos, na família Ensslin. Trata-se de um tesouro que chega a fazer parte da própria bandeira do município de Arroio do Tigre, fato que demonstra o apego às raízes germânicas, cujos descendentes, no dia 6 de novembro de 1963, levaram o município a deixar a condição de vila de Sobradinho para se transformar no Celeiro da Região Centro-Serra.

A Bíblia, datada de 1584, foi trazida à região pelo alemão Ludwig Gustav Ensslin, no ano de 1886. Ele trouxe a relíquia na bagagem, nos porões do navio Argentina. O exemplar de luxo, herança de família, é conhecido como a Bíblia de Wittenberg. Ludwig, avô de Francisco Ensslin, foi mestre curtidor e procedente da cidade de Bopfingen, na Alemanha.

O imigrante alemão desembarcou no Rio Grande do Sul com uma caixa pesando 317 quilos. Atualmente, o livro é preservado em um cofre na residência de Paulo e Julsane Ensslin, em Arroio do Tigre. O casal recebeu a publicação no dia 14 de outubro de 2001, de Francisco Carlos Ensslin, com quem esteve por muitos anos. O livro pesa seis quilos e meio, possui a espessura de 39 centímetros e 1.246 páginas. Francisco era viúvo e não tinha filhos naturais, por isso repassou a relíquia para Paulo, seu afilhado.

Uma capa de madeira, revestida de couro, protege o exemplar, que se encontra em bom estado de conservação. Pelo valor sentimental, a obra está acondicionada em um cofre. Há Bíblias ainda mais velhas, porém em latim.
Nas duas contracapas está descrita a transferência de propriedade, geralmente de mãe para filha, com tinta legível. A primeira inscrição foi feita em 1719 por Maria Elisabeth Ensslin, que herdou a Bíblia da mãe.

Cuidados Especiais

De acordo com Julsane Ensslin, antes da tradicional festa da família, a intenção é levar a Bíblia para um restaurador profissional em São Paulo. Justamente com o objetivo de preservar ao máximo as condições do livro, ele não é exposto ou emprestado a ninguém, salvo em casos raríssimos. “Precisamos cuidar desse patrimônimo que tem, pelo menos para nós, um valor sentimental muito grande”, afirma. A Bíblia terá – em virtude da sucessão natural – Jader Henrique Ensslin, de 25 anos, como futuro dono. “Os mais antigos se emocionam quando estão perto do livro. O Ludwig, mesmo com dificuldades financeiras, não quis vendê-la”, afirma.

Fonte: Gazeta do Sul / gospel prime

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Igreja comemorou mais um aniversário do Reverendo Pr. Ariel Carvalho da ADMJ

Nascido em 30 Outubro de 1958, 52 anos de idade pastor evangelico a mais de 20 anos. Deus colocou em suas mãos uma grande obra, Assembleia de Deus Ministerio do Jordão, para levar a palavra de salvação a muitas pessoas através das Igrejas e do programa de radio onde é usado somente para pregação da palavra de Deus.
No ultimo dia 30 a igreja comemorou seu aniversario de 52 anos, Deus fez milagre e maravilhas, contamos testemunhos de vida e o que Jesus fez em sua vida na trajetoria de trabalho e administração da Igreja. Foi uma benção o culto, agradecemos a Deus por sua vida e obra.

O Fracasso da jogada politica do ecumenismo


Essa turma toda que saiu derrotada da eleição pode buscar algum refúgio espiritual em Silas Malafaia, o pastor que usou seu programa de TV para, ilegalmente, conclamar seus fiéis a votarem em Serra.

Ou pedir a benção do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que mandou imprimir 2 milhões de cópias do panfleto anti-Dilma “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”. Aquilo, sim, foi apelação!

Na calada da Band, Malafaia bradou argumentos homofóbicos contra Dilma. E julgou Serra "mais preparado". Foi apressado demais e, no dia seguinte, o tucano deu seu apoio à união civil entre homossexuais. Vergonha alheia.

Malafaia apoiou Marina Silva até onde deu. Os dois são integrantes do mesmo grupo evangélico. Só que, passado um tempo, foi seduzido por sua santidade, o Serra. E aí caiu em tentação de vez: se uniu com orgulho aos padres e cardeais católicos contra Dilma. Foi para a campanha de Serra de corpo e alma.



Quando surgiram as boatarias criminosas na internet contra Dilma, Malafaia fez cara de santo. Uma delas espalhava que a candidata do PT havia dito que nem Deus tiraria sua vitória. Depois, a imprensa denunciou uma central para comprar pastores no centro de São Paulo. O pastor entrega os votos do seu rebanho e, em troca, leva um trocado. Malafaia mais uma vez posou de santo. Imaculado Malafaia.

O bispo católico Bergonzini também jogou pesado. A Polícia Federal apreendeu mais de 1 milhão de panfletos ilegais em uma gráfica de tucanos. Era uma encomenda da Diocese de Guarulhos. Crime eleitoral. Isso é exemplo que se dê ao rebanho?

A História está cheia de exemplos macabros de onde isso vai parar. Não por acaso, enquanto Malafaia e Bergonzini excomungavam Dilma, dos olhos deles saiam labaredas de ódio. Lembravam fogueiras.

O fato é que esse discurso da intolerância foi derrotado nas urnas. O país amadureceu, e a liberdade de culto saiu fortalecida. Os falsos profetas se deram mal.

fonte: blog do provocador

terça-feira, 2 de novembro de 2010

“Jesus era HIV positivo”, afirma pastor sul-africano em seu sermão

“Hoje vou começar um sermão em três partes com o tema: Jesus era HIV positivo”, disse recentemente o pastor sul-africano Xola Skosana, em um culto dominical.

Essas palavras inicialmente surpreenderam sua congregação no bairro Khayelitsha, na Cidade do Cabo, deixando todos em silêncio. Depois, geraram todo tipo de comentário nas igrejas do país. Alguns cristãos ficaram ofendidos, afirmando que o pastor retratou Jesus como alguém sexualmente promíscuo.

O vírus HIV é transmitido principalmente através de relações sexuais, mas também pode se propagar através de agulhas compartilhadas, sangue contaminado, gravidez e amamentação. No entanto, como disse o pastor Skosana (foto) aos que estavam reunidos no modesto salão da escola Luhlaza usado para os cultos semanais: em muitas partes da Bíblia Jesus se colocou no lugar dos miseráveis, dos doentes e dos marginalizados.

“Sempre que você abre as escrituras, vê Jesus se colocando na pele de pessoas que experimentam quebrantamento. Isaías 53, por exemplo, pinta claramente um retrato de Jesus tomando sobre si as enfermidades e os males da humanidade”, disse ele à BBC. Skosana também é rápido em salientar que está usando essa metáfora para destacar o perigo da pandemia do HIV/Aids, que ainda carrega um estigma em favelas da África do Sul.

“Claro, não há nenhuma evidência científica de que Jesus tinha o vírus HI em sua corrente sanguínea”, diz o pastor, cujo ministério não-denominacional Hope for Life [Esperança para a Vida] é parte de um crescente movimento carismático na África do Sul.

“O melhor presente que podemos dar às pessoas que são HIV positivas é ajudar a fazer AIDS deixar de ser estigmatizada e criar um ambiente onde eles sabem que Deus não está contra eles, que não se envergonha deles.”

Zombando de Cristo

Mas o pastor Mike Bele, que dirige a Igreja Batista Nomzamo, no bairro vizinho de Gugulethu, disse que a maioria do clero em Khayelitsha e outros bairros da Cidade do Cabo se opõem fortemente a essa associação de Jesus com o HIV.

“O tema envolvendo meu Jesus ser HIV-positivo é grave“, diz ele. “Acredito que nenhum líder ungido e com bom entendimento das escrituras e o papel de Cristo em nossas vidas, iria deliberadamente arrastar o nome de Cristo na lama.”

Para o pastor Bele, retratar Jesus como alguém HIV positivo faz com ele se torna parte do problema, não da solução. ”O pastor precisa explicar o que aconteceu para ele trazer Cristo ao nosso nível, pois Cristo é supremo e é Deus”, diz ele. ”Há uma preocupação de que os não-crentes zombem de Cristo e tentem generalizar Cristo, colocando-o em oposição à força poderosa que acreditamos que ele seja.”

O pastor Skosana, que está no ministério há 24 anos e perdeu duas irmãs para a Aids, argumenta que os líderes religiosos têm um papel muito maior no combate à propagação da pandemia na África do Sul. Afinal, cerca de 5.7 milhões de pessoas vivem com o vírus – mais do que em qualquer outro país.

Ele concluiu a última parte de seu sermão de três semanas fazendo o teste de HIV em frente à congregação. Depois, 100 fiéis seguiram o seu exemplo.
“A mensagem à igreja é que não é suficiente darmos comida às pessoas em particular, dar-lhes só mantimentos, devemos criar um ambiente que os fortaleça, porque a maioria das pessoas HIV positivas não morrerão necessariamente de doenças relacionada à Aids, mas por estarem de coração partido, rejeitados”, disse.

As favelas sul-Africano são os locais mais afetados pela pandemia de HIV

Medo e ignorância

Em meio à polêmica, o reverendo Siyabulela Gidi, diretor do Conselho Sul-Africano de Igrejas, saiu em apoio ao pastor Skosana, dizendo que seu ponto de vista está teologicamente correto.

“O que pastor Skosana está dizendo é que Cristo, se viesse ao mundo nos dias de hoje, estaria ao lado das pessoas que são HIV positivas – pessoas que estão sendo deixadas de lado pela própria igreja que agora o ataca”, afirma o sacerdote anglicano. ”Felizmente o pastor Skosana gerou diálogo sobre o assunto no país, no mundo, é para isso que a teologia existe”.

Fora dos círculos religiosos, o pastor Skosana também recebeu apoio de ativistas do combate à Aids. “O sermão do pastor tira o estigma de que HIV é um pecado e um castigo de Deus”, diz Vuyiseka Dubula, secretário-geral do poderoso grupo de combate à Aids Treatment Action Campaign.

“Associar Jesus com o HIV é algo poderoso, principalmente para aqueles que vão à igreja Agora as pessoas estão começando a pensar:. ‘Se Jesus podia ser HIV positivo, quem sou eu para não tê-lo, mesmo se frequento a igreja?’”

Jan Glazewski, professor de direito marítimo e ambiental na Universidade da Cidade do Cabo, HIV positivo há 25 anos, escreveu uma carta para o jornal Cape Times, onde identificou-se com a idéia de que Deus estava do lado dos pobres e marginalizados. ”A metáfora do pastor dá força a todos nós”, disse ele. “Quando ligou Jesus ao HIV, seu sermão provocou protestos, bem como expressões de raiva. Isso acontece por causa do medo e da ignorância.”

É essa luta contra o medo e a ignorância que o pastor Skosana está determinado a continuar. “Quanto mais falamos sobre isso em nossos púlpitos e mais pedimos às pessoas para fazer o teste voluntariamente na igreja, melhor. Uma das coisas mais poderosas que podemos fazer como igreja, agora, é dizer que Jesus foi e é HIV positivo.”

fonte: BBC / tradução: Jarbas Aragão