sexta-feira, 24 de junho de 2011

Desenvolvimento Social Sustentado e o terceiro sector na luta por direitos


O Terceiro Sector é constituído por organizações criadas por iniciativa de cidadãos com o objectivo de prestar serviços ao público, sem fins lucrativos.
Em caso de eventuais excedentes financeiros, eles são reaplicados na manutenção das próprias actividades ou na remuneração da actividade profissional.
As suas reduzidas receitas decorrem de actividades operacionais, entretanto, grande parte resulta de doações do sector privado (Segundo Sector) ou do sector governamental (Primeiro Sector).
… pode-se dizer que o Terceiro Sector é composto por organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de múltiplas manifestações na sociedade civil”.
O Terceiro Sector, conhecido também por Organizações da Sociedade Civil (OSC’s), distinguem-se do Estado e do mercado.
A ideia de sociedade civil surgiu pela necessidade de um espaço próprio, não governamental, para a participação nas causas colectivas. É um campo marcado por uma irredutível diversidade de actores e formas de organização.
Na década de 80 foram as ONGs (Organizações Não-Governamentais) que articulando recursos e experiências na base da sociedade, ganharam visibilidade enquanto novos espaços de participação cívica.
Hoje percebemos que o conceito de Terceiro Sector é bem mais abrangente. Inclui o amplo espectro das instituições filantrópicas dedicadas à prestação de serviços nas áreas da saúde, educação e bem-estar social.
Compreende também as organizações voltadas para a defesa dos direitos de grupos específicos da população, como as mulheres, negros e povos indígenas, ou de protecção ao meio ambiente, promoção do desporto, cultura e do lazer.
Engloba as múltiplas experiências de trabalho voluntário, pelas quais cidadãos exprimem a sua solidariedade através da doação de tempo, trabalho e talento para causas sociais.
Mais recentemente temos observado um fenómeno crescente da filantropia empresarial, pelo qual as empresas concretizam a sua responsabilidade e compromisso com a melhoria da comunidade.
Este protagonismo dos cidadãos determina uma nova experiência de democracia no quotidiano, um novo padrão de actuação aos governos e novas formas de parcerias entre a Sociedade Civil, o Estado e o Mercado.
É uma nova realidade na qual os cidadãos e as suas organizações são actores no processo de consolidação da democracia e do desenvolvimento social.
Confrontados com a falência do estado social, com a crise do desenvolvimento sustentado e com o aparecimento de inúmeros problemas sociais (analfabetismo, desnutrição, saúde, desemprego, poluição ambiental, …) a sociedade civil tem de encontrar soluções alternativas para garantir, inclusive, a sua própria sobrevivência.
Numa época de apelos às responsabilidades partilhadas, é bom que todos, particularmente os Partidos Políticos, Governos e Empresários, percebam que a partir de agora já não é mais possível retirar benefícios da carência social.

fonte: www.gife.org.br


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