segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Historia que o Brasil não contou, Piaui 187 anos de Luta!!!


Nas lutas pela independência do Brasil, o Piauí produziu a única página sangrenta de uma batalha pela separação de Portugal. Às margens do riacho Jenipapo na cidade de Campo Maior, homens e mulheres simples do povo morreram enfrentando as tropas repressoras de Portugal comandadas pelo Major Fidié.

Segundo explica o Livro Geografia e História do Piauí, de autoria da professora Joselina Lima Pereira Rodrigues, os lusitanos pretendiam manter uma parte do território brasileiro como colônia, abrangendo a área do Piauí, Maranhão, Ceará e Pará que detinham regiões naturais abundantes bem como o gado piauiense, à época produto estratégico.

No dia 13 de março de 1823, as tropas piauienses compostas em sua maioria por vaqueiros e roceiros de posse de velhas armas de fogo, foices, machados travaram a Batalha do Jenipapo, às margens do riacho que deu nome ao evento na cidade de Campo Maior.

A“Batalha do Jenipapo” ainda é pouco conhecida a nível nacional e alguns historiadores chegam a minimizá-la dando ao evento a denominação de “A Batalha de Fidié”. A nível nacional, o evento piauiense pode ser considerado uma história que o Brasil não conta, não registra mesmo havendo essa toda essa peculiaridade.

O professor e doutor da Universidade Estadual do Piauí, Marcelo de Sousa. Para ele, a Batalha do Jenipapo ainda não é reconhecida pelos brasileiros pelo fato da história da independência do Brasil levar em conta apenas os aspectos ocorridos no sul e sudeste do país, em especial, no eixo Rio de Janeiro – São Paulo.

“Infelizmente nós vivemos uma historiografia européia e dentro do Brasil uma historiografia dentro do Eixo Rio-São Paulo. Então, nesse sentido, o que leva a batalha do jenipapo a ser pouco explorada nos livros didáticos e pela historiografia nacional é exatamente a insipiência das pesquisas realizadas aqui e a pouca influencia dessas pesquisas no eixo da produção desses livros didáticos. Isso não quer dizer que a Batalha não tenha importância e significado. Tem o significado dos maiores. Infelizmente ela não tem despertado esse interesse por que nós vivemos na periferia da produção desses livros didáticos e isso tem sido um trabalho diuturno de muitos pesquisadores, de muitos professores de levantarem de fazerem questionamentos de reivindicarem suas pesquisas mostrando a importância da batalha, mostrando a importância não só do Piauí mais de todo o norte no processo de separação de Brasil e Portugal na formação da nação brasileira”, afirma.

Marcelo de Sousa defende um aprofundamento sobre as relações sociais da época. Segundo ele, um exemplo no Piauí foi o próprio 19 de outubro de 1822 onde a independência do Piauí foi proclamada com o firmamento de uma ligação à Portugal.

“Hoje, a história, diferente da literatura, se sabe o final. A época da batalha, não se tinha quais os resultados que as lutas iriam conduzir o Piauí e o Brasil. Até o sete de setembro não só no Piauí mais em todo o Brasil, se tinha a noção, do que era tornar o Brasil independente. Era um reino independente mesmo que unido à Portugal é o que aconteceu por exemplo com o 19 de outubro em que Parnaíba adere a independência, adere dando vivas a Dom João VI. O que era a intenção? Era a noção de tornar o Brasil independente mais unido a Portugal por uma constituição comum”, ressalta.

Sobre o contexto piauiense, o historiador afirma que a noção de independência deve ser estudada sob dois aspectos: o dos líderes do movimento e dos populares que travaram a batalha:

“Havia todo um contexto interno dentro do Piauí. Havia uma luta muito forte aqui dentro entre grupos familiares, sobretudo, as famílias de elites ligadas ao norte do Piauí e as famílias de elites ligadas ao sul. Então não era no Piauí uma luta do ‘interno’ contra o ‘colonizador externo’. Era também uma luta dos interesses dentro do Piauí e assim toda a população empobrecida do Piauí vai participar ativamente do processo. Ela [população] tinha uma noção de pátria? Ela tinha uma noção de nação? Não quero dizer que não tivesse. Mas a noção de que se fala em pátria, em Brasil independente, soava aos ouvidos dessa população como uma vida menos dura, com o poder participar dos rumos, dos caminhos políticos tomados pela província. Por isso que essa população vai ser aguerrida! É por isso que essa população vai participar ativamente das lutas com a intenção de poder participar. Infelizmente agente vai presenciar é que após o desenrolar da batalha, após a reorganização política da província, os valentes piauienses empobrecidos pela vida dura da seca, do campo, vão ser esquecidos dentro dessa nova ordem e em alguns casos duramente perseguidos essa é uma característica dessa batalha no Piauí”, defende Marcelo.

Com esses novos dados, o professor Marcelo de Sousa defende uma maior aprofundamento sobre o estudo histórico das Batalha do Jenipapo no Piauí. Ele defende ainda que o reconhecimento do Piauí nas lutas pela independência logo ocorrerá:

“A produção piauiense sobre a batalha é vastíssima feito em nível de graduação e pós-graduação mas, o que nos falta é essa penetração no eixo de produção dos livros didáticos no eixo Rio - São Paulo. Estamos produzindo, estamos pesquisando, estamos trazendo questões novas sobre a batalha e minha pesquisa caminha nesse sentido, não só a minha como a de outros pesquisadores. Logo em pouco tempo tenho certeza que a participação dos piauienses nas lutas pela independência será reconhecida” finaliza.

mas belezas do piaui.

fonte: tvcanal13

http://www.tvcanal13.com.br/noticias/tvcanal13-com-mostra-belezas-e-os-detalhes-da-historia-do-pi187-anos-78963.asp


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